Principais revoltas da República Velha

                                  Escola Municipal Hermenegildo B. de Oliveira

Disciplina: História

Série:  9º ano do vespertino – aula 07

Professor: Itamiram Alves (Iram)

Aula da semana: 31/05/ à 04/06/2021                       

Carga horária: 03 horas aulas  

 A Revolta da Chibata foi um motim organizado pelos soldados da Marinha brasileira de 22 a 27 de novembro de 1910. A revolta organizada pelos marinheiros ocorreu em embarcações da Marinha que estavam atracadas na Baía de Guanabara e foi motivada, principalmente, pela insatisfação dos marinheiros com os castigos físicos.

Antecedentes históricos da Revolta da Chibata

A Revolta da Chibata ficou conhecida por ter sido um motim realizado pela insatisfação dos marujos brasileiros com os castigos físicos que sofriam na Marinha brasileira no começo do século XX. O castigo físico em questão era a chibatada, praticada pela Marinha contra todos os marujos que violassem as regras da corporação.

O uso da chibatada como forma de punição era uma característica que a Marinha brasileira havia herdado da Marinha portuguesa do período colonial a partir de um código conhecido como Artigos de Guerra. Essa forma de punição era dedicada somente aos postos mais baixos da Marinha, ocupados, em geral, por negros e mestiços.

A insatisfação dos marujos com os castigos físicos e com o rigor da Marinha era crescente. Relatos contam que, pouco antes da revolta, durante uma viagem nas proximidades da costa chilena, os marujos haviam demonstrado insatisfação com a punição dedicada a um marujo. O estopim para o início da revolta ocorreu quando Marcelino Rodrigues Menezes foi punido com 250 chibatadas sem direito a tratamento médico.

Além disso, há de se considerar que os contatos dos marujos com estrangeiros também fortaleceram essa insatisfação se considerarmos que Marinhas de outras nações não possuíam a mesma prática (de castigar fisicamente) com os marujos. Também se deve considerar que, cerca de um ano antes da revolta, o líder do motim, João Cândido, havia estado na Inglaterra e tido conhecimento dos acontecimentos do Encouraçado Potemkin, em que marujos russos rebelaram-se contra o governo de seu país.

Sobre a Revolta da Chibata, é importante considerar que ela não foi fruto apenas da insatisfação dos marujos com os castigos físicos. Os marujos, em geral, eram originários de famílias pobres, que sofriam com a desigualdade social existente na Primeira República. Assim, a Revolta da Chibata é considerada pelos historiadores também como uma revolta contra a desigualdade social e racial existente tanto na Marinha como na sociedade como um todo.

Como foi o motim?

A Revolta da Chibata iniciou-se no dia 22 de novembro de 1910, conforme mencionado, após a punição a um marujo de nome Marcelino. Os marujos rebelaram-se e tomaram o controle de quatro embarcações da Marinha brasileira: Minas GeraisSão PauloBahia e Deodoro. Os marujos revoltosos exigiam do governo o fim dos castigos físicos; caso contrário, a capital seria bombardeada. A liderança desse motim foi realizada por João Cândido, o Almirante Negro.

Os marujos revoltosos escreveram um manifesto que resumia as suas exigências e enviou-o para o gabinete do presidente da época, Hermes da Fonseca. Coincidentemente, no dia em que se iniciou a revolta, o presidente oferecia uma festa no Rio de Janeiro em comemoração a sua posse como presidente.

Pressionado tanto pelas ameaças dos marujos quanto de políticos, o governo de Hermes da Fonseca aceitou os termos propostos e pôs fim aos castigos físicos na Marinha em 26 de novembro de 1910 e prometeu anistia a todos os envolvidos. A promessa do governo não foi cumprida e, no dia 28 de novembro, um decreto dispensou cerca de mil marinheiros por indisciplina.

Após isso, uma segunda revolta na Marinha iniciou-se, dessa vez, no Batalhão Naval estacionado na Ilha das Cobras. Essa segunda revolta, no entanto, foi massacrada violentamente, e os envolvidos foram aprisionados e torturados nessa ilha. Outras centenas de marinheiros foram enviados para trabalhar em seringais na Amazônia e muitos foram fuzilados durante o trajeto.

                                           Movimento de Canudos

A chamada Guerra de Canudosrevolução de Canudos ou insurreição de Canudos, foi o confronto entre um movimento popular de fundo sócio-religioso e o Exército da República, que durou de 1896 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado da Bahia, no Brasil.

O episódio foi fruto de uma série de fatores como a grave crise econômica e social em que encontrava a região à época, historicamente caracterizada pela presença de latifúndios improdutivos, situação essa agravada pela ocorrência de secas cíclicas, de desemprego crônico; pela crença numa salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social.

Inicialmente, em Canudos, os sertanejos não contestavam o regime republicano recém-adotado no país; houve apenas mobilizações esporádicas contra a municipalização da cobrança de impostos. A imprensa, o clero e os latifundiários da região incomodaram-se com uma nova cidade independente e com a constante migração de pessoas e valores para aquele novo local passaram a acusá-los disso, ganhando, desse modo, o apoio da opinião pública do país para justificar a guerra movida contra o arraial de Canudos e os seus habitantes.

Aos poucos, construiu-se em torno de Antônio Conselheiro e seus adeptos uma imagem equivocada de que todos eram "perigosos monarquistas" a serviço de potências estrangeiras, querendo restaurar no país o regime imperial, devido, entre outros ao fato de o Exército Brasileiro sair derrotado em três expedições, incluindo uma comandada pelo Coronel Antônio Moreira César, também conhecido como "corta-cabeças" pela fama de ter mandado executar mais de cem pessoas na repressão à Revolução Federalista em Santa Catarina, expedição que contou com mais de mil homens.

A derrota das tropas do Exército nas primeiras expedições contra o povoado apavorou o país, e deu legitimidade para a perpetração deste massacre que culminou com a morte de mais de seis mil sertanejos. Todas as casas foram queimadas e destruídas.

Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século 18 às margens do rio Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893 passou a crescer vertiginosamente, em poucos anos chegando a contar por volta de 25 000 habitantes. Antônio Conselheiro rebatizou o local de Belo Monte, apesar de estar situado num vale, entre colinas.

A situação na região, à época, era muito precária devido às secas, à fome, à pobreza e à violência social. Esse quadro, somado à elevada religiosidade dos sertanejos, deflagrou uma série de distúrbios sociais, os quais, diante da incapacidade dos poderes constituídos em debelá-los, conduziram a um conflito de maiores proporções.


Povoação de Canudos, Bahia, Brasil.

A figura de Antônio Conselheiro

Antônio Vicente Mendes Maciel, apelidado de "Antônio Conselheiro", nascido em Quixeramobim (CE) a 13 de março de 1830, de tradicional família que vivia nos sertões entre Quixeramobim e Boa Viagem, fora comerciante, professor e advogado prático nos sertões de Ipu e Sobral.

Após a sua esposa tê-lo abandonado em favor de um sargento da força pública, passou a vagar pelos sertões em uma andança de vinte e cinco anos. Chegou a Canudos em 1893, tornando-se líder do arraial e atraindo milhares de pessoas. Acreditava que era um enviado de Deus para acabar com as diferenças sociais e com a cobrança de tributos.

Acreditava ainda que a "República" (então recém-implantada no país) era a materialização do reino do "Anti-Cristo" na Terra, uma vez que o governo laico seria uma profanação da autoridade da Igreja Católica para legitimar os governantes. A cobrança de impostos efetuada de forma violenta, a celebração do casamento civil, a separação entre Igreja e Estado eram provas cabais da proximidade do "fim do mundo".

A escravidão havia acabado poucos anos antes no país, e pelas estradas e sertões, grupos de ex-escravos vagavam, excluídos do acesso à terra e com reduzidas oportunidades de trabalho. Assim como os caboclos sertanejos, essa gente paupérrima agrupou-se em torno do discurso do peregrino "Bom Jesus" (outro apelido de Conselheiro), que sobrevivia de esmolas, e viajava pelo Sertão.

O governo da República, recém-instalado, queria dinheiro para materializar seus planos, e só se fazia presente pela cobrança de impostos. Para Conselheiro e para a maioria das pessoas que viviam nesta área, o mundo estava próximo do fim. Com estas ideias em mente, Conselheiro reunia em torno de si um grande número de seguidores que acreditavam que ele realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza ou garantir-lhes a salvação eterna na outra vida.

                                                      Atividade - 07

Nome completo:________________________________________

Série: 9º ano   Turma:_________

Marque a opção correta

1 -A Revolta da Chibata manifestou a insatisfação dos marinheiros durante a Primeira República, período que foi caracterizado por uma série de outras revoltas. Marque a alternativa que traz um movimento que NÃO ACONTECEU durante a Primeira República:

a) Revolta da Vacina

b) Guerra do Contestado

c) Greve de 1917

d) Revolta do Forte de Copacabana

e) Intentona Comunista

2 - A Revolta da Chibata foi resultado da insatisfação dos marujos brasileiros com os castigos físicos e sofreu intensa repressão do governo. O presidente responsável por ordenar a repressão contra os marujos foi:

a) Nilo Peçanha

b) Afonso Pena

c) Hermes da Fonseca

d) Artur Bernardes

e) Rodrigues Alves

3 - Num momento em que a Marinha se reforma e tenta assimilar as técnicas modernas, seu elemento humano e seu mecanismo disciplinar ainda são regulados por códigos dos séculos XVIII e XIX. Os maus-tratos se somam à freqüência dos castigos corporais. O trabalho é duro e excessivo."

 (Edgard Carone - "A República Velha") 
O texto acima diz respeito: 
a) à Revolta da Armada do Almirante Custódio de Melo, que derrubou Deodoro da Fonseca.
b) à expedição que se dirigia à Bahia para combater Canudos.
c) à modernização da Marinha pelo Almirante Cochrane e eliminação dos maus-tratos.
d) às reclamações trabalhistas e por melhores condições de trabalho dos oficiais da Marinha.
e) à rebelião dos marinheiros chamada "Revolta da Chibata", comandada pelo "Almirante Negro", João Cândido.

4 - Dentre os movimentos messiânicos que marcaram a vida brasileira durante a República Velha, podem ser citados:
a) Canudos e Contestado.
b) Revolta da Armada e Revolução Federalista.
c) Revolta dos Marinheiros e Cabanagem.
d) Revolta da Vacina e Sabinada.
e) Revolta dos Muckers e Balaiada.

5 - Comunidade que formava no final do século XIX, uma irmandade religiosa e chegou a reunir uma população flutuante de aproximadamente 25 mil habitantes e 5.200 casas no sertão baiano, foi definitivamente arrasada pelas tropas do Exército Brasileiro em 1897.
Estamos nos referindo a: 
a) Comunidade de Contestados.
b) Comunidade de Canudos.
c) Comunidade do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto.
d) Comunidade de Penitentes ou Borboletas Azuis.

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